A implantação do monotrilho da Linha 18-Bronze do Metrô exigirá a abertura de pelo menos 12,5 mil postos de trabalho, entre empregos diretos e indiretos na região. A informação consta em relatório elaborado pelo Consórcio Vem ABC, responsável pelo empreendimento, ao qual o Diário teve acesso.
A quantidade de oportunidades que serão abertas é três vezes maior do que a projetada em 2012 no EIA/Rima (Estudo e Relatório de Impacto Ambiental) do futuro ramal, divulgado dois anos antes de o governo do Estado autorizar a obra. Na época, a previsão era a de abertura de apenas 3.000 postos.
Conforme nova estimativa feita pelo consórcio escolhido para erguer o monotrilho, as vagas englobam diversos níveis de escolaridade e abrangem cargos para as áreas técnica, administrativa e para construção civil. Vagas terceirizadas também integram a lista de futuras contratações.
No pico da implantação do sistema, a soma de empregos diretos e indiretos gerados pode ser, inclusive, superior a 12 mil postos, afirma Maciel Paiva, diretor-presidente do consórcio formado pelas empresas Primav, Cowan, Encalso e Benito Roggio.
Embora ainda esteja impedido de iniciar as obras da Linha 18 até que haja decisão sobre a escolha do ramal e assinatura da ordem de serviço o governador João Doria (PSDB) deve manifestar sua posição em relação ao tema em junho , o Consórcio Vem ABC projeta para meados de 2021 o auge do ritmo de contratações, com pelo menos 4.500 trabalhadores diretos atuando em canteiros de obras, enquanto outros 8.000 postos devem ser abertos indiretamente.
As obras devem ser iniciadas partindo de Tamanduateí, na Capital, e São Caetano, podendo ter diversas frentes de trabalho nesta etapa, explica Fábio Zahr, gerente de construção do consórcio, ao citar benefícios para diversos comércios ao redor do sistema, desde restaurantes até mesmo redes de hotelaria.
A estimativa é a de que, assim que aprovada, a construção do sistema seja concluída em três anos e meio, ou seja, seis meses a menos do que o tempo previsto em contrato.
Projetado para ter 13 estações, saindo de Tamanduateí, em São Paulo, até o Centro de São Bernardo (parada Djalma Dutra), passando por São Caetano e Santo André, o monotrilho terá integração direta com as linhas 2-Verde do Metrô e 10-Turquesa da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).
Conforme o Consórcio Vem ABC, o modal funcionará como alternativa para otimizar o tempo de deslocamento dos moradores da região à Capital, com velocidade média de 35 km/h.
A expectativa é a de que, no primeiro ano de sua operação, a Linha 18-Bronze tenha demanda diária de 423.173 passageiros, o equivalente à população de Diadema.
EXPLORAÇÃO
Assim como já ocorre em outros países, a Linha 18 deve incorporar às suas estações exploração de espaços visando impulsionar os recursos destinados ao sistema. A medida permitirá a concessão de áreas para abertura de lojas. Podemos ter redes de fast-food, por exemplo, dentro da estação, e demais serviços úteis para os usuários que ali transitam, pondera Zahr.
O modelo pensado para a região já é utilizado na rede metroviária de Nova York, nos Estados Unidos, e Paris, na França. A CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) também planeja incorporar o sistema.
https://www.dgabc.com.br/Noticia/3029678/obras-da-linha-18-irao-gerar-12-5-mil-empregos